Ninguém vive dignamente sem pai e sem mãe. Se você se considera uma pessoa digna, tenha certeza que você teve e tem um pai e uma mãe dignos ou alguém que desempenhou suficientemente bem esta função.

Nem sempre cabe ao(à) genitor(a) exercer este papel. Muitas vezes um avô, uma avó, um padrinho, uma dinda, um professor, uma conselheira tutelar, um amigo, uma vizinha exercem esta função de pai ou de mãe. É o suficiente.

Sustento com convicção esta verdade. Por conta disso, em muitos casos, como juiz da infância e da juventude, destituo pais, mães e famílias não suficientemente bons do poder familiar. Tento dar aos filhos um pai, uma mãe e uma família minimamente dignos.

Ainda assim, há muitos pais e mães que, após a separação, ou mesmo casados, jogam o filho um contra o outro. É o que se chama alienação parental. Não raro o prejuízo é inestimável ao outro desafeto, mas também ao filho e a si próprio. Não raro a dignidade vai para o ralo. O filho, abandonado à própria sorte, buscará um outro pai e uma outra mãe. Às vezes, não os encontrará. Às vezes, se deparará com drogas, crimes e outros deslizes.

O dia 25 de abril é o dia internacional do combate à alienação parental. Respeitar o outro é necessário e digno; adotar a sua família, ainda que não seja perfeita; adotar o filho, antes que ele adote outro pai ou outra mãe. Nem sempre há pais e mães ‘reservas’ suficientemente bons.