MEC defende uso de livro didático com linguagem popular

 

Os escritores Marcelino Freire e Cristovão Tezza participaram em Maio/2011 do programa “Entre aspas”, apresentado por Mônica Waldvogel na GloboNews.

O programa na íntegra (24 minutos)
Uso de linguagem popular na sala de aula é orientação do MEC
Além do livro com “nós pega”, outras obras didáticas abordam variantes da língua e dizem que não há única forma correta de falar

O livro Por uma vida melhor, da Coleção Viver, Aprender, que defende construções da língua popular como “nós pega o peixe” segue os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ministério da Educação (MEC). A obra criticada por especialistas, professores e pela Academia Brasileira de Letras após o iG revelar trechos que abordam a linguagem falada não é o único material didático a apresentar as diferenças entre a língua popular e culta.
Publicados em 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, os parâmetros do MEC foram elaborados por educadores e pesquisadores para construir referências nacionais de ensino que respeitassem as diversidades regionais, culturais e políticas.
As diretrizes defendem conceitos de linguística (ciência que estuda a linguagem humana) e afirmam que não há uma única forma correta de falar, somente de escrever.
O documento explica que a língua portuguesa está em constante transformação e apresenta diferentes variedades (de pronúncia, de construções sintáticas, morfológicas, etc).
Entre essas variedades, a de maior prestígio é a padrão, também chamada de norma culta, e por isso deve ser usada em ambientes formais, acadêmicos e na escrita. Já as demais variedades (linguagens urbanas, regionais, coloquiais), consideradas inferiores ou erradas pela gramática, podem ser utilizadas em ambientes familiares ao falante.
Em determinado trecho do livro Por uma vida melhor, distribuído pelo MEC a escolas de Educação de Jovens e Adultos, os autores afirmam: “Você pode estar se perguntando: Mas eu posso falar ‘os livro?’. Claro que pode.
Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”. Kátia Lomba Bräkling, professora de linguística e uma das elaboradoras dos PCNs de língua portuguesa, avalia que o material “está perfeito”. “A gente comete coisas piores ao falar. ‘Comemos’ o ‘r’ final de todos os verbos no infinitivo. Dizemos: ‘falá’, ‘cantá’, ‘brincá’. Mas se eu estiver em um contexto familiar, posso falar do jeito que eu quiser”, defende.
Mitos
O documento que dá as diretrizes para o ensino de língua portuguesa no segundo ciclo do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) – mesmo segmento do livro Por uma vida melhor – afirma: “No ensino-aprendizagem de diferentes padrões de fala e escrita, o que se almeja não é levar os alunos a falar certo, mas permitir-lhes a escolha da forma de fala a utilizar”.
Em outro trecho, o documento diz que a escola precisa “livrar-se de vários mitos”. E elenca: “o de que existe uma forma ‘correta’ de falar, o de que a fala de uma região é melhor da que a de outras, o de que a fala ‘correta’ é a que se aproxima da língua escrita, o de que o brasileiro fala mal o português, o de que o português é uma língua difícil, o de que é preciso ‘consertar’ a fala do aluno para evitar que ele escreva errado”. De acordo com os parâmetros nacionais, não há “erro” na fala, mas sim “adequação às circunstâncias de uso, de utilização adequada da linguagem”.


 

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